terça-feira, junho 13, 2006

Saberemos -2 ou caso da nacionalidade

O acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa que nega a nacionalidade portuguesa a uma cidadã indiana, casada com um português e que reside no nosso país, há 9 anos, e fala fluentemente a nossa língua, mantendo meios de trabalho e gerando emprego, bem como tendo em dia as contribuições fiscais e sociais e com os filhos em escola portuguesa precisa que a referida indiana desconhece "a letra e a música do hino nacional, assim como as figuras mais relevantes do presente e da História de Portugal. Para os acacianos juízes conselheiros- desembargadores, existe um 'desinteresse' da cidadã e que o seu desejo de ser portuguesa, 'prende-se exclusivamente com o facto do marido e filhos serem portugueses".

Em contrapartida, jogadores como Deco e Derlei, brasileiros, rapidamente alcançaram a nacionalidade portuguesa.
Vamos por partes.
Saberão ambos os jogadores o hino nacional português?
Mais, saberão os doutos juízes desembargadores o hino nacional?
De certeza?
Em última análise o que é ensinado nas escolas e cantado nas cerimónias oficiais, na presença dos restantes símbolos da soberania lusitana é apenas a primeira parte de "A Portuguesa"... Então e o resto? Ou há moralidade ou comem todos...

II Desfralda a invicta Bandeira, À luz viva do teu céu! Brade a Europa à terra inteira: Portugal não pereceu Beija o solo teu jucundo O oceano, a rugir d`amor, E o teu Braço vencedor Deu mundos novos ao mundo! Às armas, às armas! Sobre a terra sobre o mar, Às armas, às armas! Pela Pátria lutar Contra os canhões marchar, marchar!
III Saudai o Sol que desponta Sobre um ridente porvir; Seja o eco de uma afronta O sinal de ressurgir. Raios dessa aurora forte São como beijos de mãe, Que nos guardam, nos sustêm, Contra as injúrias da sorte. Às armas, às armas! Sobre a terra, sobre o mar, Às armas, às armas! Pela Pátria lutar Contra os canhões marchar, marchar

Quem sabe que existem estas duas partes ainda e, mais quem as sabe de cor?

Sobre as figuras mais relevantes do presente de Portugal: olhando este panorama triste: será a fútil Lili Caneças, o canastrão do Herman José, o Zé Cabra ou o Quim Barreiros. Ou para os mais saudosistas, Amália e Eusébio? Para não falar do verdadeiro putedo de 'socialites' que sobem na vida na horizontal...
Bom, de facto há o Nobel José Saramago, mas convem também dizer que, quando foi colocado pelo PC como administrador no Diário de Notícias, nos idos de 1974/75, moveu uma feroz campanha de perseguição e saneamentos a todos os jornalistas não conotado com os comunistas... Se é para se saber uma coisa, também é para saber a outra: a história negra é tão válida como a outra...
E como a cereja sobre o chantilly: o requerimento de nacionalidade portuguesa exige ser complementado com prova, apresentada pela requerente, de "ligação efectiva à comunidade", mas nada é dito sobre o Hino, a História ou a Cultura portuguesas...
Como é que é?