Gripe das aves

Ontem à noite, reunião do comité conspirativo da oposição a tudo e todos. Noite bem alta, como convém às reuniões conspirativas, num anónimo apartamento da cidade em zona duvidosamente frequentada por protitutas e travestis. Temas da agenda: como Cavaco não é mais que uma maquinação de Sampaio e a gripe das aves.
Fico-me pelo tema da gripe das aves e solto algumas ideias avulsas:

Há formação aos diversos agentes, como bombeiros, gnr's, policias marítimos, policias florestais, funcionários sanitários em como devem proceder na recolha das aves encontradas mortas? Ou mantemos o alegre episódio de uma patrulha da gnr ter encontrado uma ave morta, telefonado para o laboratorio de medicina veterinária e a resposta foi: 'não podemos ir hoje, metam a ave no frigorífico que passamos aí assim que possamos'. E lá ficou a ave muito bem guardadinha no frigorífico, junto aos iogurtes, carne para os bifes....

Há máscaras apropriadas para toda os agentes intervenientes no processo? E não propriamente as máscaras usadas nas obras da construção civil.... E já de caminho, saberem os agentes que têm de usar luvas, por exemplo, para não se repetir o que sucedeu há dias....

Já estão à disposição as verbas de indeminização aos produtores cujas estruturas tenham de ser encerradas e as aves abatidas, para serem pagas imediatamente, a fim de se evitar o mercado negro? E como vai ser resolvido o problema da tradição mediterrânica das galinhas no quintal? Acham que o pessoal vai na estória de as declarar voluntáriamente? É não conhecer a indiossacria da malta...

Uma outra questão: até agora, as vacinas que existem são para as aves, não para os humanos. Donde, tudo isto é um caso de veterinária. Não existe ainda vacinas para os seres humanos, pela simples razão de que ainda não há a estirpe do virus modificado para a transmissão entre humanos. Portanto, não se pode criar uma vacina a partir e para o que ainda não existe.
Se surgir essa mutação virótica, serão precisos três meses até surgir a sua vacina. O método mais comum de cultivo das estirpes de vacinas viróticas é em ovos. Na Alemanha, com os primeiros casos, imediatamente foram comprados os milhões de ovos necessários, para ficarem de prevenção. E cá? Estão à espera de se matar primeiro as galinhas? A propósito, a alternativa apontada pelo ministro da saúde português, de cultivo in vitro, além de ser menos fiável é muito mais cara... (mas dará mais dinheiro a ganhar a alguns laboratórios e quejanos...)

Finalmente: de uma vez por todas, desde que a carne seja cozinhada a uma temperatura superior aos 70ºC, ela não representa perigo algum, porque acima dessa temperatura os virus morrem. Por tanto, meus amigos: arroz de pato, perua de cabidela, franco de tomatada, galinha acerejada, borrachos com arroz de ervilhas e passarinhos fritos podem continuar a fazer parte do menu cá dos mânfios... (uf, ainda bem!)