quinta-feira, janeiro 12, 2006

Bigodaças

Somos um país de macambúzios. Já o dizia o filósofo espanhol Miguel de Unamuno. O poder instalado, seja qual for a cor política é cinzentão por natureza. 'Nuestros hermanos' têm uma fabulosa revista satírica dos costumes sociais e políticos que dá pelo nome de El Jueves ( http://www.eljueves.es/ ); França, com o seu 'Canard Enchaine' ( http://www.canardenchaine.com/ ), não lhe fica atrás, para já não falarmos da MAD (http://www.dccomics.com/mad/) nas suas múltiplas versões, desde a norte-americana à brasileira. E aqui? Em cinquenta anos conheci três publicações de relevo: 'Parada da Paródia' (anos 60); 'Gaiola Aberta' nos idos de meados dos 70 pós-revolução e o 'Inimigo Público' nos anos 90 e rapidamente abafado, sob a égide dos governos cavaquistas. Depois, o vazio de uma ditadura anti-humorística, encapotada com falsas moralidades.
Agora, os quatro principais candidatos à Presidência da Républica, tiveram o seu momento de indignação, quando cartazes seus apareceram ornamentados com engraçadas bigodeiras 'à mexicana' (nos EUA dizem 'à portuguesa'). Ou, mais propriamente, bigodaças inspiradas nos bigodes de um certo Gonçalves, talhante de profissão, ex-presidente de um clube de futebol da capital, foragido alegadamente por burlas e que, em Angola, deve estar a rir a bom rir. 'Bem-vindos ao clube, colegas!!!'